segunda-feira, 28 de abril de 2008

Hannah Montana & Miley Cyrus - Show: O Melhor dos Dois Mundos


Filme-concerto em 3D da bem sucedida turnê de Hannah Montana/Miley Cyrus. Pra quem não sabe, "Hannah Montana" é a popular série do Disney Channel sobre uma garota comum (Miley) que tem uma vida dupla como pop star (Hannah).

Como filme, é bem superior ao "Shine a Light" dos Rolling Stones. O show, dirigido por Kenny Ortega (de "High School Musical"), nunca perde o ritmo e faz de cada canção um pequeno clímax. Miley é carismática, compõe e parece ser autêntica, não deixando dúvidas de que terá uma carreira musical independente da série (ela é oficialmente a criança mais rica do mundo, devendo acumular 1 bilhão de dólares até o final de 2008).

O uso do 3D não é dos melhores. Ainda não se difundiu uma gramática especial para filmes em 3D. Eles parecem ser filmados como qualquer outro filme. Movimentos bruscos de câmera, edição rápida, o uso da lente zoom, tudo isso pode criar estilo num filme comum, mas perde o sentido num filme 3D, chegando até a incomodar e causar cansaço. O filme 3D deveria se aproximar mais de uma experiência teatral. Câmeras estáveis com movimentos controlados seriam mais apropriadas. A ação deveria se confinar mais aos atores e aos elementos em cena. Num filme 2D, o foco está sempre na distância da tela, exigindo que o espectador apenas escolha para que ponto dela ele quer olhar. Mas num filme 3D, além de termos que escolher este ponto, temos que achar a profundidade! É muito mais atividade cerebral... Claro que fazemos isso inconscientemente, mas quando o filme fica saltando muito de uma imagem para outra, a sensação é a de estar lendo um livro numa estrada esburacada. E com pouca luz! Pois temos que lembrar que os óculos 3D filtram parte da luminosidade da imagem.

Ou seja, ainda há muito o que se aprender sobre o formato 3D, mas mesmo assim a dimensão extra é perfeita pra esse tipo de filme, deixando mesmo a impressão de que se esteve num show e não em uma sala de cinema.

A estréia no Shopping Eldorado foi de longe a sessão mais histérica e interativa que já vi, lotada de meninas de 14 anos que fizeram os nerds das estréias de "Star Wars" parecerem comportados.

Hannah Montana/Miley Cyrus: Best of Both Worlds Concert Tour (EUA, 2008, Bruce Hendricks)

NOTA: 7.5

quinta-feira, 24 de abril de 2008

The Ten


Uma comédia difícil de definir... O humor varia entre o estilo pastelão de "Corra que a Polícia Vem Aí", o humor nonsense dos Monty Python e o mau gosto dos filmes do John Waters. Mas no meio dessa confusão ele não encontra o seu público - talvez nem tanto pela mistura de estilos, mas simplesmente por não ser tão genial assim quanto pensa.

O filme é dividido em 10 partes, cada uma representando um dos dez mandamentos. Ou seja, é "O Decálogo" versão idiota. O filme é apresentado por Paul Rudd - num estúdio vazio ao lado das duas pedras dos mandamentos. Após cada história, voltamos para ele que está em crise com a namorada (numa historinha paralela que só serve pra encher linguiça). O elenco surpreendente contém Winona Ryder, Jessica Alba, Adam Brody, Famke Janssen, Liev Schreiber, Oliver Platt e Justin Theroux. O filme certamente arranca algumas risadas, mas de forma inconsistente. Ele não parece ter um alvo específico, ou um senso de humor coeso. Mas é sem dúvida um "filme de autor", autêntico e surpreendentemente criativo. Poucas vezes se viu no cinema um esforço tão grande dedicado ao besteirol.

The Ten (EUA, 2007, David Wain)

NOTA: 6.0

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Rolling Stones - Shine a Light


Não é um documentário sobre os Rolling Stones, mas sim uma apresentação de luxo da turnê "A Bigger Bang" (a mesmo que veio pro Rio), filmada por Martin Scorsese no Beacon Theater em Nova York.

A questão não é se o filme é bom. Se foi bem realizado ou não (isso é o mínimo que se espera de Scorsese). Mas se filmes de concerto servem pra alguma coisa, se funcionam. Scorsese começa com uns 15 minutos de making-of (que acaba sendo o melhor momento do filme), e depois do início do show, entre algumas das canções, insere algumas breves entrevistas feitas com a banda ao longo da carreira - mas não a ponto de criar uma linha de pensamento. E esse é o problema. Um filme, por qualquer que seja o gênero, precisa ter roteiro, drama. Até os documentários. E como o show em si não fornece isso - é apenas uma música atrás da outra - fica no ar uma sensação de falta de movimento, de estagnação. Há uma ausência completa de conteúdo. O filme precisaria de uma ação paralela para se tornar qualquer coisa. Se fosse um show do Michael Jackson ou da Madonna por exemplo, seria só ligar a câmera porque o próprio espetáculo conteria essa narrativa. Mas aqui, o aproveitamento do filme depende totalmente de você ser fã dos Rolling Stones. Ou seja, não é bem um filme, é mais um arquivo pra posteridade.

Shine a Light (EUA/RU, 2008, Martin Scorsese)

NOTA: 5.0

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Jumper


Entretenimento inofensivo sobre um garoto que descobre o poder de se teletransportar para onde quiser. Os problemas começam quando ele descobre que não é o único que possui esse poder, e que além disso existe uma organização do mal caçando esses "jumpers", liderada por Samuel L. Jackson (que é o Gérard Depardieu americano, aceitando tudo que é papel).

O filme é dirigido (adequadamente) por Doug Liman de "A Identidade Bourne", e parece um primo próximo de "Efeito Borboleta", porque aqui também saímos sem entender por que diabos o garoto pode fazer aquelas coisas. Não há nenhuma justificativa... Testes nucleares... Picadas de insetos... Kryptonita... Nada. E isso de certa forma atrapalha o filme, pq não conseguimos nos identificar totalmente com o personagem. Ele não era uma pessoa comum a quem algo extraordinário aconteceu. Já era especial desde o começo, ou seja, a aventura é só do personagem, e o filme pede pra gente ficar de fora (essa também é um pouco minha reclamação dos filmes do "X-Men" e da série "Heroes" - que só vi o começo pra ser sincero). Mas dá pra assistir sem constrangimentos e, com cenas no Egito, Itália e Japão, o ingresso ainda vale como pacote turístico.

Jumper (EUA, 2008, Doug Liman)

NOTA: 6.0