segunda-feira, 15 de junho de 2009

A Festa da Menina Morta


Todo filme traz uma lição nova ou reforça uma antiga. A que tirei deste foi da importância da imprevisibilidade, de evitar os clichês. Um filme é quase sempre interessante quando você não sabe pra onde ele está indo - e quase sempre chato quando você pode imaginar como será final, mesmo que no fim você esteja errado! O ritmo de um filme não tem nada a ver com a velocidade dos acontecimentos físicos, e sim com o ritmo das idéias apresentadas (e a qualidade delas, é claro). É por isso que um filme como "Velozes e Furiosos 4" pode te fazer dormir na poltrona, enquanto um filme "parado" como este te deixa com os olhos arregalados do começo ao fim.

O lado ruim: não gosto muito desses filmes de "vanguarda" que tentam chocar a platéia com cenas de nudez, incesto, etc. Parece coisa de cineasta novato que não sabe que nos anos 60 e 70 já tinha gente fazendo coisa muito pior. Ou seja, apesar de ser divertido ver uma galinha sendo decapitada em close, isso não me impressiona. O que importa é o conteúdo, a técnica... E nesse ponto o máximo que posso dizer é que o filme é autêntico, uma expressão artística verdadeira - mas cheia de autocomplacência e um pouco fechada demais pra gerar admiração.

A Festa da Menina Morta (BRA, 2008, Matheus Nachtergaele)

INDICADO PARA: Quem gosta de filmes de arte fortes, não convencionais. Bressane, Sokurov, Fassbinder, coisas do tipo.

NOTA: 6.5

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