terça-feira, 21 de setembro de 2010

Resident Evil 4: Recomeço


Metralhadoras, óculos escuros, sobretudos pretos, pessoas correndo pelas paredes, desviando de balas em câmera lenta... Quem diria, quando saiu Matrix, que 11 anos depois isso ainda estaria na moda.

Vi o primeiro Resident Evil, que achei muito ruim, pulei o segundo, e vi o terceiro, que achei bem melhor que o original. Este 4º volta a ser dirigido por Paul W. S. Anderson (marido de Milla Jovovich, o mesmo do primeiro filme) e volta também à sua ruindade original.

O filme começa numa Los Angeles pós-apocalíptica... Milla Jovovich sobrevoa a cidade num monomotor com uma garota que ela acabou de capturar. A cidade está deserta. De repente, ela localiza um grande edifício cercado por milhares e milhares de zumbis famintos e assassinos. No topo deste edifício, alguns sobreviventes humanos gritam por socorro. Numa manobra que poderia custar sua vida, Milla pousa o avião no topo do prédio (que se choca de frente contra uma mureta, deixando a hélice milagrosamente intacta). Por que ela pousou ali? Estava sem combustível? Não. Havia água e comida no prédio? Não. Sua família estava lá? Não. Ela podia salvar todo mundo? Bem, era bastante óbvio que não daria pra levar todo mundo no monomotor. Embora ela tenha conseguido POUSAR a aeronave naquele espaço curto, seria sensato concluir que seria impossível decolar dali. Foi nesse ponto, logo no início, que eu perdi qualquer interesse no filme. Como vou simpatizar com alguém que se coloca numa situação de risco sem propósito algum? Se ela tivesse simplesmente seguido em frente com o avião e procurado uma ajuda apropriada, ela estaria a salvo e o filme inteiro não precisaria ter existido! Uma das principais regras do roteirista: o conflito precisa parecer INEVITÁVEL pro personagem (por exemplo, se o filho de Milla estivesse no prédio, a história seria convincente).

Bem, já que estamos no tema video games, vou postar aqui o link de um texto brilhante do Roger Ebert (em inglês) que explica por que video games não são arte. Recomendo também o vídeo da Kellee Santiago no final do texto. Ela afirma justamente o contrário; que video games são sim uma nova forma de arte: Roger Ebert - Video games can never be art

Resident Evil: Afterlife (ING/ALE/EUA, 2010, Paul W. S. Anderson)

Orçamento: US$ 60 milhões
Bilheteria atual: US$ 147 milhões
Nota do público (IMDb): 6.7
Nota da crítica (Metacritic): 3.7

INDICADO PARA: Quem gostou dos outros 3, Terror em Silent Hill, da série Underworld, Alien vs. Predador, etc.

NOTA: 4.0

2 comentários:

Saulo disse...

Talvez não tenha ficado explícito, mas pra mim parecia natural ela ter pousado ali: elas não tinham pra onde ir de qualquer jeito, e queriam simplesmente encontrar outros humanos. Num mundo pós-apocalíptico, já me parece desculpa suficiente...

Caio Amaral disse...

Já que TODA a história está sustentada nessa única informação, acho que a explicação não teria que ser apenas explícita, mas também plausível.

Lembra de Aliens - O Resgate? Não seria plausível a Sigourney Weaver voltar pro meio dos aliens depois de tudo que ela passou no primeiro filme. No entanto, o filme dá 2 justificativas bem claras e convincentes. Primeiro, ela recebe uma proposta excelente da companhia. Segundo, um motivo psicológico - ela tem pesadelos toda noite e não consegue dormir; ela precisa voltar pra "enfrentar os seus medos". Certo ou errado, nós entendemos perfeitamente a trama e a motivação do personagem, coisa que não senti em Resident..