terça-feira, 26 de julho de 2011

Assalto ao Banco Central


Inspirado na história real de um grupo de ladrões que roubou em torno de 165 milhões de Reais do Banco Central de Fortaleza, no Ceará, cavando um túnel de 84 metros que saía diretamente dentro do cofre, de onde eles tiraram 3 toneladas de notas de 50 Reais (até hoje apenas uma pequena parte do dinheiro foi recuperada).

É um típico filme de assalto, gênero não muito comum no cinema nacional. Os "heist films" ficaram populares nas décadas de 40 e 50, quando filmes como O Segredo das Joias de John Huston ou Rififi de Jules Dassin definiram as convenções do gênero.

Sem grandes surpresas, o filme evita aquela sensação de "já vi isso 20 vezes antes" usando uma narrativa não-linear, que intercala o planejamento do assalto com cenas que se passam depois de tudo, quando alguns dos ladrões já estão sendo interrogados pela polícia. Mas o roteiro toma cuidado pra não revelar demais, mantendo a atenção até o final.

A trama se concentra nos aspectos mecânicos do assalto, evitando julgar e tomar partidos - às vezes sentimos prazer pela eficácia dos bandidos, às vezes pela eficácia da polícia, às vezes pelo fracasso dos bandidos, às vezes pelo fracasso da polícia. Mas funciona até porque o elenco está muito bem, em particular os policiais - Lima Duarte e Giulia Gam, que faz uma lésbica (algo gratuito e inesperado na trama, mas que dá certo charme à personagem). Quem aparece também é Vinícius de Oliveira, o menino de Central do Brasil, que está adulto e continua um pouco forçado. Nada de espetacular mas é bem feito e interessante.

(BRA / 2010 / 104 min / Marcos Paulo)

INDICAÇÃO: Quem gostou de O Plano Perfeito, Uma Saída de Mestre, A Cartada Final, etc.

NOTA: 6.5

8 comentários:

renatocinema disse...

Exatamente por não ser comum no gênero brasileiro é que a produção me instigou.

Estou curioso.

Caio Amaral disse...

E ficou autêntico.. Não parece cópia de produções americanas.. É bem brasileiro.. E não abusa da violência. Abs!

Anônimo disse...

Eu curti o filme e curto seu blog ha algum tempo! Pena nao nos conhecermos pessoalmente! Bjs

Caio Amaral disse...

Obrigado, anônimo! Vê se cria um perfil né...!

Anônimo disse...

Ainda não vi o filme, mas pelo trailer e pelo que você escreveu, parece ser bem diferente da maioria dos filmes brasileiros (mulheres e violência). Agora estou curiosa para vê-lo. Mas gostaria de saber, você já viu os filmes 'Loup - Uma Amizade para Sempre' ou 'Potiche - Esposa Troféu'? São franceses e por isso bem parados, mas até que são bons. Se você já viu, eu gostaria de ler sua crítica sobre eles no seu blog. Também sou uma viciada por cinema e sempre procuro ver todos os filmes que estão em cartaz, ou pelo menos a maioria... E adoro ler suas críticas no blog. Parabéns e continue assim!

Caio Amaral disse...

Olá.. Nunca vi esses filmes! O Potiche eu tenho curiosidade pq é do François Ozon que fez Swimming Pool, 8 Mulheres... Acho ele interessante! Vou procurar assistir.. Sempre que vejo um filme atual eu escrevo aqui no blog. Então se não está, é quase garantia de que não vi ainda, hehe. Valeu pelo apoio!

Palavras Narradas disse...

o filme realmente me chamou a atenção pela temática diferente... mas sabe quando parece que faltou algo? Não sei... talvez um pouco mais de estética de filme mesmo... parecia um pouco TV.
mas não perde seu mérito quanto ao enredo e aos personagens... confesso que torci para os bandidos em boa parte do filme...
Uma boa estréia de Marcos Paulo também...

Caio Amaral disse...

Oi Milton.. Realmente... Esse "algo mais" poderia até ter vindo numa estética diferente, mas acho que o problema aqui é roteiro mesmo... O filme é bem feito, eficiente, mas é apenas um filme de gênero sem grandes pretensões... Não há grandes diálogos, grandes cenas, grandes mensagens. A história é mais ou menos previsível... as reviravoltas são meio cliche (Milhem no final fantasiado de fotografo, etc).. Enfim.. Acho que nem havia a intenção de ser brilhante... hehe.