sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Trabalho Interno

É como se fosse um documentário do Michael Moore que preserva o que Moore tem de pior (suas ideias políticas) e dispensa o que ele tem de melhor (seu senso de humor, criatividade e talento como cineasta). Vencedor do Oscar de Melhor Documentário este ano, o filme tenta fazer uma análise da crise econômica que atingiu os EUA nos últimos anos, expondo as "verdades chocantes" por trás da crise.

Não sou especialista em economia, mas entendo o suficiente pra não gostar deste filme - não só por ser confuso, superficial e pouco cinematográfico, abusando de gráficos na tela que não ajudam em nada e de depoimentos inúteis interrompidos antes do entrevistado expressar sua opinião - mas porque está claro que não se trata de uma análise objetiva da situação, e sim da visão de um fanfarrão anti-capitalista, cuja intenção final é dizer que os executivos de Wall Street são todos criminosos e suas coberturas em Manhattan e jatinhos particulares foram comprados às custas de pobres trabalhadores na China que ganham 80 dólares por mês e ainda agradecem por isso.

Um dos argumentos mais "convincentes" do filme contra a desregulamentação é uma analogia feita com um navio petroleiro: alguém precisa controlar quanto óleo pode ir em cada compartimento, se não o navio inteiro pode tombar. Analogias são muito divertidas, mas não correspondem necessariamente à realidade. Daria pra criar uma analogia similar pra explicar por que o planejamento central da economia pelo governo é que tem o poder de tombar o navio.

O filme chega ao cúmulo de entrevistar uma prostituta que afirma ter prestado serviços pra vários executivos de Wall Street, sugerindo que eles estavam torrando o dinheiro dos americanos com drogas e prostitutas. NENHUM nome é dado, nenhuma foto é revelada - temos que confiar totalmente na honestidade da prostituta e do cineasta.

Mas vamos usar um pouco de bom senso - se você fosse um executivo bilionário, isto seria o melhor que poderia comprar? :


Inside Job (EUA / 2010 / 120 min / Charles Ferguson)

INDICADO PARA: Quem gostou de Capitalismo - Uma História de Amor.

NOTA: 3.0

4 comentários:

renatocinema disse...

Adoro documentários. Gosto de Michael Moore.

Esse sinceramente não me atraiu.

Mas, ninguém ainda me mostrou ser melhor que Ilha das Flores. Clássico nacional obrigatório.

Caio Amaral disse...

Adoro os filmes do Michael Moore.. Roger & Eu, Columbine, Sicko.. Apesar de discordar dele em politica. Ou seja, isso prova que ele é muito bom mesmo como cineasta, hehe..

Ilha das Flores vi há mto tempo e achei ótimo.. um clássico mesmo. Abs!

Anônimo disse...

Homens só se importam se a mulher é bonita quando querem que todo mundo saiba do relacionamento.

Caio Amaral disse...

Ah, sei lá.. se eu tivesse milhões pra torrar.. e curtisse essas coisas.. acho que ia querer uma garota bonita, de aparência sofisticada.. e não uma prostituta vulgar que eu poderia pagar mesmo que não fosse rico..