segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Gigantes de Aço


O filme se passa num futuro próximo onde lutas entre robôs gigantes (operados por humanos) substituíram o boxe tradicional e se tornaram um esporte popular. O filme é ao mesmo tempo 1) a história de um ex-lutador fracassado voltando à ativa, 2) a história de Davi vs. Golias, e 3) uma história de reencontro entre pai e filho.

Mas em todas as linhas o filme decepciona.

O personagem do Hugh Jackman é apresentado como um mercenário incompetente e sem valores, portanto o filme não te dá motivos pra querer que ele volte à ativa e nem que conquiste o filho abandonado.

O garoto no começo mostra ter inteligência e conhecimento técnico sobre robôs, mas sua aposta no robô Atom é totalmente irracional e nada tem a ver com seu conhecimento - ele simplesmente tem uma fé mística neste robô em particular, que revela ser mesmo uma excelente máquina. Mas o mérito aqui é do fabricante do robô, uma figura que nunca é mostrada ou sugerida no filme (aliás, por que uma máquina tão especial estava largada no lixão?!).

A impressão que temos é que o robô só vence as lutas mesmo por ser mais resistente do que os demais - não por alguma habilidade especial do garoto ou do pai como operadores. Ou seja, se eles não tivessem achado acidentalmente esse robô no lixão, eles teriam continuado na mesma (o filme não diz nada sobre persistência, superação, etc). As vitórias deles não são merecidas portanto nenhuma emoção é possível (a não ser certo constrangimento).

Há também uma tentativa de inserir uma história de "camaradagem" entre o garoto e o robô, o que é um absurdo pois o robô não tem nenhum tipo de consciência ou inteligência artificial. Não é como em O Exterminador do Futuro 2, onde é possível projetar um personagem humano no robô e tirar algum sentido abstrato da relação entre ele e o menino. Aqui o robô é apenas uma máquina mesmo - ver o garoto brincando com Atom é tão interessante quanto assistir uma dona de casa aspirando o pó.

Se tivesse sido bem feito, o filme poderia ter sido uma espécie de Karatê Kid ou Seabiscuit. Mas o roteiro é tão artificial, tão mal escrito, que o resultado é apenas uma colagem bagunçada de outros filmes que não chega a nenhum significado ou emoção.

Real Steel (EUA, IND / 2011 / 127 min / Shawn Levy)

INDICAÇÃO: Quem gostou de Cowboys vs. Aliens, Super 8, Transformers 3, etc.

NOTA: 4.0

Um comentário:

renatocinema disse...

Eu gostei do trailer. Mas, não espero nada do filme.