sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Lucy (anotações)

- Divertidíssimo e envolvente desde o começo. Muito boa toda a sequência em que ela é raptada, apanha, tem que abrir a maleta, etc. Gosto também dessa performance teatral da Scarlett Johansson.

- Interessante as discussões sobre evolução, etc. Mas as imagens comparando homens com animais são nojentas.

- Não acredito nada na ideia mística de que o cérebro tem um potencial ilimitado - que se usássemos mais do que 10% poderíamos ler pensamentos, mover objetos, etc. A própria ideia de que nós só usamos 10% já é errada. Mas, se você não olhar pelo lado sobrenatural, acho que o filme passa algo de positivo - a ideia de que nossa mente é poderosa e que podemos fazer coisas incríveis com ela quando a usamos direito. Que a ignorância é o que nos trás problemas, não o conhecimento, etc.

- Não gosto da ideia de que uma pessoa altamente inteligente seria consequentemente "fria" - iria atropelar as pessoas na rua, não daria valor pra vida dos outros, etc!

- "Contagem progressiva" até 100% do uso do cérebro dá uma estrutura ótima pro filme que deixa a gente interessado até o final.

- SPOILER: Demais ver a Scarlett Johansson poderosa, derrubando os tiras com a mente! Ela está dando de 10 em todos esses super-heróis recentes. Uma coisa legal é que o filme tentar parecer "científico", como se tudo isso fosse algo possível. As teorias são absurdas, claro, mesmo assim ele se leva a sério, não é uma fantasia assumida.

- Por mais que seja baseado em ideias tolas, adoro a ambição da história e as proporções épicas que o filme vai tomando mais pro final. Pena que em termos de estilo o filme é um pouco comum. Um tema ambicioso como esse merecia um estilo menos convencional (imagine 2001 se fosse dirigido de uma maneira rotineira).

- SPOILER: Não entendi a mensagem no final: "agora você sabe o que fazer com a vida".

CONCLUSÃO: Thriller divertido, com cenas empolgantes e uma personagem forte - só não leve muito a sério as ideias por trás da história.

(Lucy / França / 2014 / Luc Besson)

FILMES PARECIDOS: No Limite do Amanhã, Sem Limites, Busca Implacável, A Caixa.

NOTA: 7.5

Os Mercenários 3 (anotações)

- Não dá muito tempo de entender as motivações de cada lado. A "graça" do filme é apenas ver os personagens entrando num ambiente e matando todo mundo (e eu não entendo muito bem qual a graça desse tipo de cena - não são cenas de ação particularmente criativas ou dramáticas, é apenas uma série de imagens de pessoas matando outras).


- Conflitos não muito envolventes. Stallone resolve separar os "mercenários" (obviamente pra ter uma reunião triunfante no final), mas não dá um motivo forte o bastante pra isso. Assim como ele decidiu, pode mudar de ideia a qualquer momento e chamar os amigos de volta. Se houvesse uma briga entre os integrantes, algo convincente, o reencontro depois seria mais satisfatório.

- Os inimigos na batalha final se fazem de alvos fáceis, não dá pra gente ter uma referência do quão bons de fato são os mercenários.

- SPOILER: Divertida a cena do prédio explodindo com Stallone no topo!

CONCLUSÃO: Sempre divertido ver todo esse elenco reunido, mas o roteiro não é dos mais fortes e as cenas de ação não chegam a ser tão memoráveis quanto as dos últimos Velozes e Furiosos, por exemplo.

(The Expendables 3 / EUA, França / 2014 / Patrick Hughes)

FILMES PARECIDOS: séries Os Mercenários, Velozes e Furiosos, Red, Duro de Matar, etc.

NOTA: 5.0

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Não Pare na Pista - A Melhor História de Paulo Coelho (anotações)

- Bom o ator que faz o Paulo Coelho adolescente!

- Merchandising da Cavalera muito grosseiro!! Quebra o clima da história.

- Irritantes os saltos no tempo. Não parecem ter uma lógica; servem apenas pra dar uma cara "moderna" pro filme, mas acabam sendo um anticlímax. Enquanto estamos acompanhando o desenvolvimento de Paulo (aguardando o momento em que ele se tornará um grande escritor), já vemos clipes dele na maturidade, depois do sucesso, roubando carros e vendo que ele se tornou um senhor desequilibrado.

- Paulo é irresponsável e abusa do pai! O filme parece querer que eu fique fique do lado dele, mas eu não estou achando o pai tão errado assim!

- Filme é monossilábico e tem uma estrutura fragmentada. Me sinto conversando com um esquizofrênico. Já foi mais de 1 hora de filme e nem vimos ainda a parceria dele com o Raul Seixas, algo que teria acontecido no COMEÇO da carreira dele, bem antes dele fazer sucesso como escritor.

- Ele é delinquente, irresponsável, drogado - e o filme mostra isso tudo de uma maneira meio glamourosa, como se fosse uma tentativa de tornar o Paulo Coelho uma figura "cool" como os astros de rock, mas eu estou achando ele apenas tolo.

- Pra alguém considerado um pensador, Paulo parece altamente confuso, sem ideias firmes - alguém que pula de uma crença pra outra de maneira inconsistente, dando tiro pra todo lado - uma hora acredita no I Ching, depois segue a filosofia de Star Trek, depois faz o caminho de Santiago de Compostela, etc. Está perdendo a credibilidade pra mim.

- A trajetória dele é tão ridícula que eu não sei mais se o filme se leva a sério ou se está criticando o Paulo Coelho e tirando um sarro dele. Pra piorar ainda mostra ele traindo a mulher?

- O filme tem a velha noção de que a arte vem da "loucura" e do "sofrimento", por isso não hesita em mostrar o lado podre do autor.

- No final, parece totalmente incompreensível que um homem como o que foi apresentado ao longo do filme tenha se tornado um escritor comercial de histórias inspiradoras que flertam com a autoajuda. Psicologicamente não faz nenhum sentido!!

- SPOILER: Pra um cara que fez tanto sucesso, é totalmente frustrante o filme acabar com ele ainda no fracasso, e apenas informar à plateia, através de textos na tela, que no fim O Alquimista vendeu bem, etc.

CONCLUSÃO: Produção decente, mas que faz um desserviço ao Paulo Coelho mostrando ele como um personagem de caráter duvidoso e intelectualmente despreparado.

FILMES PARECIDOS: Somos Tão Jovens.

NOTA: 4.5

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

As Tartarugas Ninja (anotações)


- Que saudades da Whoopi Goldberg!

- Boa ideia contar a história pelo ponto de vista da repórter e fazê-la descobrir as Tartarugas aos poucos (em vez de já começar com as Tartarugas, o que causaria certo estranhamento pela natureza bizarra dos personagens). É legal também o filme reconhecer que o conceito de "tartarugas mutantes ninja adolescentes" é absurdo, e usar isso a favor do filme (é sempre cômico quando a Megan Fox tenta explicar pra personagens céticos o que foi que ela viu, etc).

- SPOILER: Coincidência muito forçada as Tartarugas terem sido desenvolvidas justamente pelo pai da Megan Fox!

- Se o filme fosse só sobre as Tartarugas, seria um filme sobre um grupo de "alívios cômicos" e faltaria um personagem central mais sério pra gente se identificar.. Essa é outra vantagem de contar a história pelo ponto de vista da repórter. 

- Trama bastante clichê e previsível de bem vs. mal, com personagens "pré-fabricados" - lembra dezenas de outros filmes de super-heróis, principalmente os Homem-Aranha. Mas pelo menos é bem melhor que os últimos Transformers

- Faltam momentos memoráveis e boas cenas de ação... A mais marcante talvez seja a do caminhão na neve, mas é tão irreal fisicamente que perde a credibilidade.

CONCLUSÃO: Bem produzido e razoavelmente divertido, mas apesar dos heróis exóticos, fica aquela sensação de "já assisti isso 20x antes".

(Teenage Mutant Ninja Turtles / EUA / 2014 / Jonathan Liebesman)

FILMES PARECIDOS: G.I. Joe: Retaliação, Transformers, Homem-Aranha (2002). 

NOTA: 4.5

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

No Olho do Tornado (anotações)

- Cena de abertura de "terror" / história sobre caçadores de tornado durante uma temporada de grandes tempestades - tudo parece uma imitação descarada de Twister.

- Produção meio barata e sem classe - parece que estamos vendo um programa de TV. Não há nenhum capricho em termos de direção, elenco, fotografia, música, direção de arte, etc. Só os efeitos dos tornados que são interessantes.

- Personagens superficiais e não muito carismáticos.

- Carro "à prova de tornados" muito legal! Melhor ideia do filme.

- Histórias paralelas não se integram direito e parecem parte de filmes diferentes (adolescentes fazendo vídeos pra "cápsula do tempo", etc - o que isso tem a ver com o filme?).

- Momentos dramáticos não funcionam. O filme não tem história / personagens / atores / diálogos bons o bastante pra conseguir criar momentos tocantes.

- SPOILER: Estrutura igual a do Twister: começa com um tornado simples, depois tem tornados múltiplos, e no fim tem um F5 gigante. Falta de originalidade.

- SPOILER: Final cheio de momentos forçados e não muito bons: tornado levando o carro acima das nuvens / centro do tornado ser totalmente calmo e sem vento / carro ficar preso apenas por um cabo de aço (Twister também tinha ideias forçadas, mas eram ideias boas e divertidas, como a da vaca, etc).

- E os vídeos gravados no centro do tornado, foram ou não recuperados???

- Discursos no final muito fracos. Como disse, o filme não devia tentar ser emocionante ou inspirador. Podia focar só na ação mesmo.

CONCLUSÃO: Cópia bastante piorada de Twister que apenas tenta atualizar os efeitos especiais.

(Into the Storm / EUA / 2014 / Steven Quale)

FILMES PARECIDOS: Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles, Skyline - A Invasão, Poseidon (2006).

NOTA: 4.0

domingo, 3 de agosto de 2014

Guardiões da Galáxia (anotações)


(Esta crítica está no formato de anotações - em vez de uma crítica convencional, os comentários a seguir foram baseados nas notas que fiz durante a sessão - um método que adotei para passar minhas impressões de forma mais objetiva.)

- Não esperava esse começo nos anos 80! Gosto do contraste do futurista com o retrô. Boa a cena inicial da morte da mãe (embora isso pareça meio desconectado da história que vem a seguir).

- Produção incrível. Boa fotografia, cenários fantásticos (adorei o planeta cheio de gêiseres).

- Herói envergonhado -  não gosto da maneira cômica em que é retratado o protagonista (a cena inicial dele chutando os bichos e cantando, a piada com o nome "Star Lord", etc). Resto do time também não é muito admirável.

- Narrativa fraca. Herói não tem uma motivação pessoal muito forte (ele age mais por um senso de "dever" de ter que salvar o universo), trama envolvendo o orbe é genérica e não muito interessante (não há também um obstáculo ou um vilão muito forte), romance não empolga.

- Todos as cenas mais sérias e românticas do filme são quebradas por alguma piada que destrói a seriedade do momento (cena em que Quill salva Gamora do espaço, etc). Isso tudo está ligado à questão do "herói envergonhado".

- SPOILER: Filme confunde heroísmo com auto-sacrifício (Quill se lançando no espaço por Gamora, o grupo prometendo morrer junto pela missão, Groot se sacrificando no final, o que aliás não faz muito sentido - por que os ninho que ele constrói salvaria os Guardiões do impacto da nave?).

- SPOILER: Desnecessária a lembrança da mãe morrendo no final, quando Gamora pede pra Quill segurar a mão dela. Tentativa frustrada de dar mais profundidade psicológica pro filme.

CONCLUSÃO: Bem produzido e com certo apelo "pop", mas o roteiro não é muito forte e a questão do "herói envergonhado" estraga a experiência pra mim.

(Guardians of the Galaxy / EUA / 2014 / James Gunn)

FILMES PARECIDOS: Thor: O Mundo Sombrio, Homem de Ferro.


NOTA: 5.5